Prefácio*

Um grande estadista, em minha opinião, é um líder que consegue promover os ideais humanos de justiça e liberdade no mundo, juntamente com uma visão esclarecida dos interesses do seu país. O que é fácil de fazer em discursos, mas muito raro em ações.

Um ato assim foi o de Luiz Inácio Lula da Silva ao reconhecer em 2010 o Estado da Palestina - o primeiro presidente de um país ocidental a fazê-lo. O fato de ter sido rapidamente acompanhado por quase todos os países da América Latina mostra que um exemplo brilhante é capaz de inspirar os outros.

Aqueles de nós que, em Israel, acreditamos que a paz entre Israel e o povo palestino é essencial para o futuro e o bem-estar de Israel, assim como para o mundo em geral, seremos eternamente gratos a ele.

Este é apenas o mais recente capítulo da curiosa relação entre o sionismo e a América do Sul.

Muita gente não sabe que Theodor Herzl, o fundador do movimento sionista, há cerca de 115 anos, pretendia inicialmente concretizar sua ideia na Argentina. Jornalista de Viena, Herzl não gostava da Palestina e do Oriente Médio. Preferia de longe a Argentina. Foi obrigado pela opinião pública judaica a direcionar seus esforços para a Palestina, mas até mesmo em seu livro Der Judenstaat, a "Bíblia" do sionismo, o capítulo sobre a localização do futuro Estado judaico tem como título "Palestina ou Argentina?".

*Tradução de Clóvis Marques.

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