eleitoral por outros meios." Competem entre eles com empenho de se vangloriar, cada um por seu quinhão do "crédito".

Tzipi Livni, que não pode disputar com os homens a coroa de senhor da guerra, tenta superar os homens em dureza, belicosidade e impiedade.

De todos o mais brutal é Ehud Barak. Uma vez eu o chamei de "criminoso de paz", porque levou ao fracasso a conferência de Camp David em 2000 e destroçou o campo da paz israelense. Agora devo chamá-lo de "criminoso de guerra", porque foi quem planejou a guerra de Gaza, sabendo que assassinaria um grande número de civis.

De seu ponto de vista e de muitos na opinião pública israelense, a guerra foi uma operação militar digna de todos os elogios. Os conselheiros de Barak também apostaram que a guerra o levaria a um sucesso eleitoral. O Partido Trabalhista, que durante décadas foi o maior partido no Parlamento israelense, se reduzira nas pesquisas a 12, até a nove cadeiras, entre 120. Com a ajuda da atrocidade em Gaza, subiu agora para 16 cadeiras, ou próximo disso. Não é um grande aumento e nada garante que não volte a afundar.

Qual foi o erro de Barak? Simples: as guerras sempre ajudam a direita. A guerra, por sua própria natureza, desperta na população as emoções mais primitivas - ódio e medo, medo e ódio. A direita cavalga sobre essas emoções há séculos. Mesmo quando a "esquerda" inicia uma guerra, ainda assim a direita sempre sai ganhando com isso. Em uma situação de guerra a população prefere eleger um direitista autêntico a um esquerdista falso.

Essa, aliás, é a segunda vez que Barak comete o mesmo erro. Quando, em 2000, disseminou o mantra do "Revirei cada pedra no caminho da paz./ Ofereci aos palestinos o que jamais alguém lhes oferecera./ Rejeitaram tudo./ Não há com quem negociar." - Barak conseguiu não só reduzir a esquerda a frangalhos mas também abriu o caminho para a ascensão de Ariel Sharon nas eleições de 2001. Agora está pavimentando a estrada para Binyamin Netanyahu (com a esperança bem evidente de ser seu ministro da Defesa).

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