Em Israel há quem diga que os árabes residentes em Jerusalém "usufruem dos benefícios da Seguridade Social". Esse é um argumento mentiroso: para começar, a Seguridade Social não é grátis - é paga pelos segurados. Os árabes, assim como os judeus, pagam mensalmente por sua própria seguridade.

Os residentes árabes são obrigados a pagar todos os impostos da prefeitura, mas, em troca, recebem apenas uma pequena parte dos serviços municipais, tanto em quantidade como em qualidade. Nas escolas públicas faltam centenas de salas de aula e seu padrão é inferior ao das escolas islâmicas privadas. A remoção de lixo e outros serviços são abaixo da crítica. E isso para não falar da situação em que se encontram os jardins públicos e os clubes para jovens. Os habitantes de Kafr Akab, que fica depois do ponto de checagem de Kalandia, pagam impostos municipais e não recebem qualquer tipo de serviço público - a prefeitura diz que seus funcionários têm medo de ir até lá.

O público judaico não se interessa por esses assuntos. Eles não sabem - e nem querem saber - o que acontece nos bairros árabes, a poucas centenas de metros de suas casas.

Portanto, ficam surpresos e chocados com a "ingratidão" dos habitantes árabes. Um jovem de Sur Baher recentemente matou a tiros alunos de um seminário religioso em Jerusalém Ocidental. Outro jovem, de Jabal Mukaber, dirigindo uma escavadeira, passou por cima de tudo que apareceu à sua frente. Esta semana mais um jovem de Umm Touba repetiu exatamente o mesmo ato. Os três foram imediatamente mortos a tiros.

Nos três casos, os atacantes eram rapazes comuns, não especialmente religiosos. Aparentemente, nenhum deles era membro de organização. Um jovem acorda uma bela manhã e decide que basta. Então, parte para um ataque, completamente sozinho, utilizando qualquer instrumento que tiver à mão - uma pistola comprada com seu próprio dinheiro, no primeiro caso, ou a escavadeira que dirigiam no trabalho, nos dois outros casos.

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