que carrega a responsabilidade pelo massacre de Sabra e Shatila; com muitos outros que, na véspera, diziam todas as obscenidades possíveis contra o Hezbollah.

Em seu discurso o novo presidente elogiou todos que contribuíram para resgatar Kuntar; assim, deu legitimidade nacional não apenas à ação do Hezbollah que levou à guerra, mas, também, à função militar do Hezbollah na defesa do Líbano. Dado que, até recentemente, o presidente era comandante em chefe do exército, a fala do presidente significa que o Exército do Líbano também acolhe o Hezbollah.

Na quarta-feira Nasrallah tornou-se o homem mais importante e mais poderoso no Líbano. Três meses depois da crise que quase levou a uma guerra civil, quando o primeiro-ministro Fuad Siniora exigiu que o Hezbollah desativasse sua própria rede de comunicações, o Líbano tornou-se um país unificado. Pedidos de que se desarme o Hezbollah viraram piada. O Líbano também está unido na exigência de que se desocupem as fazendas de Shebaa e de que Israel entregue os mapas das áreas minadas e das mortais bombas de fragmentação deixadas por nosso Exército após a segunda guerra do Líbano.

Os que se lembram do Líbano como um capacho na região, e dos xiitas como capacho no Líbano, podem ver claramente a imensidade da mudança.

Em Israel alguns atribuem a ascensão de Nasrallah e de todo o campo nacionalista-religioso no mundo árabe à troca de prisioneiros. Mas a responsabilidade de Israel por essas tendências começou muito antes das tentativas de Ehud Olmert de distrair a atenção de seus negócios corruptos.

A responsabilidade cabe a todos os que concordaram com a estúpida e destrutiva segunda guerra do Líbano, entusiasticamente apoiada, desde o primeiro dia, por toda a mídia, pelos partidos "sionistas" e pelos principais intelectuais. Os corpos dos soldados capturados poderiam ter sido resgatados, mediante negociações, antes da guerra, do mesmo modo como se fez agora. Foi o que escrevi, naquela época.

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