gistas políticos de Moscou preferiram apostar na maré montante do nacionalismo árabe.

Quais foram seus sentimentos pessoais durante a guerra?

Às vésperas da guerra eu ainda acreditava em uma parceria "semita" entre todos os habitantes do país. Um mês antes de a guerra eclodir publiquei uma brochura, War or Peace in the Semitic Region, na qual expunha essa ideia. Em retrospectiva, percebo que já era tarde demais.

Quando a guerra eclodiu, imediatamente me alistei numa brigada de combate (Givati). Nos últimos dias antes de ser convocado, consegui - com um grupo de amigos - publicar outra brochura, From Defense to War, na qual propúnhamos que a guerra não perdesse de vista a paz que teria de vir depois. (Eu era muito influenciado pelo comentarista militar inglês Basil Liddell Hart, que defendera essa conduta durante a Segunda Guerra Mundial.)

Meus amigos de então tentaram insistentemente me convencer a não me alistar, para que pudesse continuar a tarefa mais importante de manifestar minhas opiniões durante a guerra. Senti que meus amigos estavam bastante equivocados - que o lugar de todos os homens jovens, aptos e decentes, em dias como aqueles, era nas unidades de combate. Como poderia ficar em casa quando milhares de pessoas da minha idade arriscavam a vida, dia e noite? Além do mais, quem daria atenção ao que eu escrevesse se naquele momento crucial para a nossa existência nacional eu não cumprisse o meu dever?

No início da guerra combati como soldado de infantaria e lutei nos arredores da estrada para Jerusalém e na segunda metade da guerra servi na unidade de comando motorizado "Raposas de Sansão", que lutou na frente egípcia. Assim, pude ver a guerra a partir de dezenas de ângulos diferentes.

Durante a guerra escrevi minhas experiências. Meus relatos foram publicados nos jornais e depois reunidos num livro intitulado In the Fields of the Philistines, 1948 (cuja versão em inglês foi publicada pela editora One World com o título 1948 A Soldier’s Tale). A censura mi-

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