amplificou essas advertências de maneira histérica. A segurança das embaixadas de Israel foi reforçada. Na fronteira norte também já soou um alarme - apenas alguns dias depois de Olmert se vangloriar no Parlamento de que, em consequência da guerra, a fronteira norte estaria hoje mais calma do que nunca.

Essas preocupações estão longe de ser injustificadas. Todas as "liquidações" desse tipo, no passado, trouxeram consequências terríveis:

O exemplo clássico é, evidentemente, a "liquidação" do predecessor de Nasrallah, Abbas Mussawi. Foi morto no sul do Líbano, em 1992, por atiradores em um helicóptero Apache. Israel encheu-se de alegria. Naquele momento também se brindou com champanhe. Em represália, o Hezbollah explodiu a embaixada de Israel e o centro comunitário judaico em Buenos Aires. Os ataques teriam sido planejados, como se alega agora, pelo próprio Imad Mughniyeh. Mais de 100 pessoas morreram. O principal resultado: no lugar de Mussawi, já bastante grisalho, o muito mais sofisticado Nasrallah assumiu o controle.

Anos antes, Golda Meir ordenara uma série de "liquidações" para vingar a tragédia dos atletas israelenses na Olimpíada de Munique (muitos dos quais de fato foram mortos por policiais alemães ineptos, que tentaram evitar que os atletas fossem levados para a Argélia como reféns). Nenhum dos "liquidados" tinha qualquer coisa a ver com o próprio atentado. Eram representantes diplomáticos da OLP, funcionários de escritórios. O episódio foi descrito de maneira detalhada no filme kitsch de Spielberg, Munique. Resultado: a OLP fortaleceu-se e tornou-se um Estado em processo de formação e depois Yasser Arafat retornou à Palestina.

A "liquidação" de Yahyah Ayyash em Gaza em 1996 é semelhante ao caso Mughniyeh. Naquele caso, a arma usada foi um telefone celular convertido em bomba. As dimensões de Ayyash também haviam sido infladas de tal modo que ele virou lenda, enquanto ainda estava vivo. Deram-lhe o apelido de "o engenheiro", pois preparava os explosivos usados pelo Hamas. Shimon Peres, que foi primeiro-ministro

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