A síndrome de Beilin

Mefistófeles, o demônio que comprou a alma de Fausto, no monumental drama de Goethe, descreve-se como "uma parte daquela força que sempre deseja o mal e sempre cria o bem".

Yossi Beilin, que renunciou esta semana à presidência do Partido Meretz, é o oposto de Mefistófeles: sempre quer o bem e, com frequência demasiada, cria o mal.

Os "blocos de assentamentos" são um exemplo flagrante. Beilin criou essa expressão há muitos anos. A expressão estava incluída no entendimento não oficial que se tornou conhecido como o "acordo Beilin-Abu-Mazen".

A intenção era boa. Beilin acreditava que se a maioria dos colonos fosse concentrada em áreas próximas à Linha Verde, os colonos em geral concordariam com a retirada do resto da Cisjordânia.

De fato, o resultado foi desastroso. O governo e os colonos aproveitaram a oportunidade. A aprovação pelo "movimento sionista pacifista" serviu como um certificado kosher pregado na parede de um açougue que vende carne de porco. Os blocos de assentamentos foram ampliados em um ritmo frenético e tornaram-se verdadeiras cidades, como Ma’aleh Adumim, o Bloco Etzion e Modi’in Illit.

Por dezenas de anos os Estados Unidos insistiram em que todos os assentamentos violam a lei internacional. Mas a legitimação dos

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