Agora Olmert explica aos americanos que não pode desmontar assentamento algum, nem pode negociar as "questões-chave" do conflito, porque isso derrubaria seu governo de coalizão.

De fato, Beilin é muito generoso ao distribuir certificados kosher a extremistas de direita. Na véspera de um dos grandes comícios da "esquerda sionista" em homenagem a Itzhak Rabin, Beilin anunciou que estava disposto a subir ao palanque ao lado do líder da mais extrema-direita, general Effi Eytam. Por sorte dele, a proposta não gerou nada de concreto.

Deve haver alguma conexão entre essas ideias e o comportamento de Beilin em momentos críticos. Por exemplo: apoiou o Plano de Separação de Ariel Sharon, sem condicionar o apoio a um acordo com os palestinos. Resultado: a Faixa de Gaza tornou-se "a maior prisão do mundo".

Pior: o apoio enérgico de Beilin à Segunda Guerra do Líbano, em seu estágio inicial e mais crítico. Durante a guerra, propôs também um ataque à Síria. Só na quarta semana, depois de várias manifestações contra a guerra, Beilin começou a manifestar alguma crítica e levou o Meretz a organizar uma própria manifestação de protesto.

No outro prato da balança estão duas contribuições importantes e positivas de Beilin: para a Declaração de Princípios de Oslo e para a Iniciativa de Genebra.

Sua contribuição para o Acordo de Oslo foi certamente significativa. Mas Beilin não soube impedir dois buracos negros no acordo: a omissão das palavras cruciais: "Estado palestino" e a ausência de uma proibição clara à continuação das atividades de colonização.

Essas duas falhas enterraram o acordo. As negociações para um acordo de paz permanente, que deveriam ter sido concluídas em 1999, sequer foram iniciadas. Os assentamentos continuaram crescendo rapidamente, enquanto todos conversavam sobre paz.

A Iniciativa de Genebra, por outro lado, foi inteiramente uma criação de Beilin. Poderia ter coroado sua carreira. O lançamento tornou-

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