se um evento internacional. Os Grandes da Terra a apoiaram. Parecia que a nova iniciativa daria um impulso decisivo ao processo de paz.

Isso não aconteceu. Ariel Sharon retirou a Iniciativa de Genebra da mesa com uma simples gesto: anunciou o Plano de Separação e desviou a atenção nacional e internacional da iniciativa de Beilin.

A Iniciativa de Genebra não precisava acabar assim. Poderia ter havido uma campanha em Israel e em todo o mundo defendendo a iniciativa em todos os fóruns e a recolocando na agenda. Mas, naquele momento, Beilin cometeu o maior erro de sua vida: concorreu à presidência do Partido Meretz - e venceu.

O erro estava claro desde o primeiro instante: há uma contradição básica entre ser presidente de um partido e ser o Profeta de Genebra, alguém completamente identificado com a iniciativa e seu principal porta-voz, aqui e no exterior.

Quando o iniciador de Genebra tornou-se líder do Partido Meretz, ele reduziu a iniciativa, transformando-a em plataforma política de um pequeno partido. E, por outro lado, reduziu o Meretz, tornando-o um partido de uma só causa, dedicado à promoção da iniciativa. Ambos saíram perdendo, tanto a Iniciativa de Genebra como o Meretz.

Uma pessoa inteligente como Beilin deveria ter entendido o problema. Mas suspeito que ele tenha duas almas disputando o controle: a alma de um homem de ideias e a alma de um militante partidário. Ele não se satisfaz com apenas uma delas.

O erro custou muito caro. Esta semana Beilin foi obrigado a renunciar à presidência do Partido Meretz.

Há algo misterioso no caráter desse partido: o Meretz devora seus líderes, um após o outro. Primeiro foi a mãe-fundadora, Shulamit Aloni, que foi praticamente expulsa de lá. O responsável pela saída de Aloni, Yossi Sarid, também foi obrigado a renunciar, quando o partido se encolheu a seis das 12 cadeiras que tinha no Parlamento, tornando-se um partido pequeno em vez do partido médio que era sob a liderança de Shulamit Aloni. Depois das últimas eleições, já

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