presidido por Beilin, perdeu mais uma cadeira, obtendo apenas cinco no Parlamento.

Sob a liderança de Beilin, a facção Meretz foi um pássaro estranho: nem partido de oposição nem membro da coalizão governamental. Beilin cresceu dentro do establishment e mesmo quando se encontra formalmente na oposição, ele pensa e age como integrante do establishment. Sob sua liderança, o Meretz não só apoiou o Plano de Separação de Sharon e a Guerra do Líbano de Olmert, mas também, desde o início, tem flertado abertamente com o primeiro-ministro. E justamente quando a grande maioria no país chegou à conclusão de que Olmert não é o homem adequado para o cargo, Beilin lhe outorgou um certificado kosher.

Ele diz que acredita que Olmert sinceramente deseja a paz. Cita, com aprovação, as falas do novo Olmert: "Meu pai estava errado e Ben-Gurion estava certo" (o pai de Olmert foi um resoluto membro do Irgun) e também que "Israel está perdido" se não implementar a solução de Dois Estados. São frases que soam bem - mas Olmert caminha na direção totalmente oposta, evitando negociações de paz sérias e iniciando a guerra em Gaza. Agora parece que os membros do Meretz sentiram que é preciso dar um basta a essa situação.

Quando um partido expulsa seu líder é sempre um evento triste. Mas não é a primeira vez que isso acontece com Beilin, o que gera algumas questões sérias.

Beilin cresceu, desde jovem, no Partido Trabalhista e foi um dos jovens promissores mais próximos de Shimon Peres. Como viceministro das Relações Exteriores, teve oportunidade de dar vazão à sua incansável criatividade. Mas então Ehud Barak chegou ao poder, com sua estranha habilidade para colocar a pessoa errada na posição errada. Beilin foi nomeado ministro da Justiça, cargo que paralisou seus talentos especiais.

Às vésperas das eleições seguintes, o Partido Trabalhista rebaixou Beilin para um lugar sem esperança em sua lista eleitoral. Furioso e

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