Morrer com os filisteus?

As palavras mais famosas jamais pronunciadas em Gaza foram as últimas palavras de Sansão (Juízes, 16, 30): "Que eu morra com os filisteus!"

Conforme a história que a Bíblia narra, Sansão empurrou os pilares centrais do templo dos filisteus e pôs abaixo todo o prédio, sobre os senhores dos filisteus, o povo de Gaza e sobre ele mesmo. O narrador resume a história: "Assim Sansão fez mais mortos ao morrer do que fez em vida."

É uma história de sofrimento, destruição e morte. Pode estar a ponto de repetir-se agora, só que com os papéis trocados: o templo pode ser derrubado pelos palestinos (cujo nome é herdado dos filisteus, filistinos) e entre os mortos podem estar os senhores de Israel.

Será que Gaza irá se tornar uma Massada palestina (o lugar no qual, mil anos depois de Sansão, os combatentes judeus optaram pelo suicídio em massa, em vez de se render aos romanos)?

O povo de Gaza está preocupado. Os combatentes do Hamas preparam-se para entrar em ação. Os chefes do Exército israelense estão preocupados e ao mesmo tempo também se preparam para entrar em ação.

Há meses os líderes políticos e militares israelenses vêm discutindo a "grande operação": uma invasão em massa à Faixa de Gaza para pôr fim ao lançamento de foguetes contra Israel.

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