George W. Bush tem-se exposto ao ridículo. Afirmou no passado que sua principal tarefa é levar a democracia ao mundo muçulmano e nos garantiu que a concretização de seu objetivo avança de vento em popa. Trata-se de uma pretensão ridícula.

O que, de fato, está acontecendo?

No Iraque, um tirano foi derrubado e dúzias de pequenos tiranos locais tomaram seu lugar. O país está sangrando e caindo aos pedaços. As "eleições democráticas" levaram ao poder um governo que mal consegue governar a Zona Verde de Bagdá, cuja segurança depende dos soldados americanos.

No Afeganistão, um presidente "eleito" mal dá conta de governar a capital, Cabul. Fora da capital mandam os caciques locais. E aos poucos, mas consistentemente, os Talibã estão reconquistando o país.

No Irã, eleições democráticas levaram ao poder um político destemperado, com uma grande boca e pequenos feitos, cuja atividade predileta é amaldiçoar os Cruzados americanos e a "entidade sionista".

Na Síria, há uma ditadura estável, que pode se manter principalmente porque os sírios acreditam que qualquer alternativa seria pior.

Na Turquia, manda um governo islâmico religioso e a esposa do presidente cobre os cabelos com um véu. Mais de 10 milhões de cidadãos curdos são discriminados e oprimidos. Muitos deles travam uma guerra de guerrilha. Na luta contra os curdos o Exército turco pode invadir o vizinho Iraque, feliz com a oportunidade de destruir o praticamente independente regime curdo.

O Líbano continua, como sempre, longe de ser democrático. Não se cogita de eleições democráticas, nas quais todos os cidadãos possam votar diretamente para o Parlamento, sem divisões sectárias. É preciso eleger um novo presidente, mas isso é quase impossível, dado o abismo que separa as várias seitas religiosas. Esta semana o Hezbollah realizou grandes manobras perto da fronteira com Israel. Até o Exército israelense ficou impressionado.

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