paradoxo: "Israel foi fundado em terras que antigamente pertenciam aos filistinos, enquanto os palestinos, que receberam seu nome dos filistinos, vivem em terras que pertenciam ao antigo Reino de Israel."

As fronteiras entre o Estado de Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza foram demarcadas pela guerra de 1948. Desde então o Estado de Israel tem trabalhado muito para eliminar esse paradoxo.

Tudo que está acontecendo de significativo atualmente é parte do esforço israelense para tomar a Cisjordânia e convertê-la em parte do Estado de Israel. O resto é espuma sobre a água.

A patética Condoleezza Rice continua indo e vindo. Ehud Olmert está redigindo um documento sem conteúdo para criar a ilusão de progresso na direção da criação de um Estado palestino ao lado de Israel. Aviões israelenses bombardeiam regiões sírias para eliminar a ameaça de "armas de destruição em massa". Israel prepara-se para bombardear, ou não, instalações nucleares no Irã. O presidente Bush convoca um "encontro internacional", em data não revelada, sem que se saiba quem será convidado, para finalidades desconhecidas.

Tudo isso é realidade imaginária. A realidade real se revela nos territórios ocupados, todos os dias, todas as horas: incursões noturnas em cidades da Cisjordânia, construção frenética nos assentamentos, ampliação da rede de estradas "só para israelenses", mais barreiras erguidas na Cisjordânia, além das 600 já existentes, que dificultam ainda mais as condições de vida nos guetos palestinos na Cisjordânia e a transformação da vida na Faixa de Gaza em um inferno.

Essa é a guerra real: a guerra por "toda a Terra de Israel" - uma guerra que desapareceu do discurso público, mas que está sendo energicamente travada, longe dos olhos dos israelenses, que vivem a apenas 20 minutos de distância de lá. Os palestinos lutam com seus recursos escassos, mas com obstinação.

Se não se alcançar algum acordo entre os povos, essa guerra prosseguirá por muitas gerações. Um menino que nascer hoje entrará nessa guerra quando completar 18 anos, como os meninos que nasceram há 18 anos, e o pai desse menino, como os pais dos outros, o enterrará.

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