O centro de gravidade do Hamas está na Faixa de Gaza. Esse é o problema de Khaled Mashal, líder do Hamas que mora em Damasco. Diferentemente de seus dois vices, Mashal não tem raízes em Gaza. Por isso, precisa de dinheiro para fortalecer sua posição na região. Recebe o dinheiro do Irã.

(Gostaria de poder trazer mais impressões sobre os pontos de vista do Hamas, mas é impossível entrar na Faixa de Gaza e nossos interlocutores do grupo, em Jerusalém Oriental, foram presos.)

Como os palestinos desatarão esse nó? Como conseguirão restabelecer uma liderança nacional que seja aceita tanto pela população da Cisjordânia como da Faixa de Gaza e que possa liderar a luta nacional e fazer a paz com Israel, quando a paz for possível?

Os seguidores de Marwan acreditam que, no momento certo, quando Israel chegar à conclusão de que precisa da paz, ele será libertado e terá um papel central na reconciliação - como Mandela foi libertado na África do Sul quando o governo da minoria branca chegou à conclusão de que já não era possível manter o regime do apartheid. Estou convencido de que para apressar esse desdobramento as forças israelenses pró-paz devem iniciar uma grande campanha pela libertação de Marwan.

O que acontecerá até lá?

Não há praticamente ninguém, no lado palestino, que acredite que Ehud Olmert fará ou implementará um acordo de paz. Poucos creem que sairá alguma novidade do "encontro internacional" previsto para novembro. Os palestinos dizem que o encontro não passa de um osso que o presidente Bush jogou para Condoleezza Rice, cuja posição vem se enfraquecendo dramaticamente.

E se isso der em nada?

"Não existe vácuo", disse-me um dos líderes do Fatah. "Se os esforços do presidente Abbas não derem frutos, haverá uma nova explosão, como a Intifada depois do fracasso de Camp David."

Como isso é possível depois que os ativistas do Fatah depuseram as armas e renunciaram à violência? "Crescerá uma nova geração",

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