(Há uma história sobre um político israelense que propôs que Israel fosse anexado aos Estados Unidos, como 51° Estado. "Você enlouqueceu?", perguntaram-lhe seus colegas. "Se formos outro estado, teremos dois senadores e uns poucos deputados. Hoje, temos pelo menos 80 senadores e centenas de deputados!")

Dezenas de pequenos países em todo o mundo consideram que o caminho para Washington passa por Jerusalém. Quando querem obter favores dos Estados Unidos, primeiro estabelecem relações com Israel, como se fosse um porteiro que não pode ser ultrapassado sem uma gorjeta.

Diferentemente do que alguns pensam, essa influência não é ilimitada. O caso Jonathan Pollard demonstrou que toda a força do lobby pró-Israel não é suficiente para obter o perdão para um espião israelense desimportante. E Israel também não conseguiu impedir a venda de grandes quantidades de armas à Arábia Saudita (embora, é claro, esteja conseguindo ainda mais ajuda sem precisar pagar).

Essa influência também não é uma via de mão única. Quando os Estados Unidos dão uma ordem direta a Israel, Jerusalém obedece. Por exemplo: quando Jerusalém decidiu vender à China um caro modelo de avião inteligente, orgulho da indústria israelense, Washington obrigou Israel a cancelar o negócio, o que causou um grave dano às relações Israel-China.

Mas tanto Washington como Jerusalém acreditam profundamente que os interesses dos dois países são tão intimamente ligados que não podem ser desassociados. O que é bom para um é bom para o outro. Esses gêmeos siameses não podem ser separados.

Contudo, de vez em quando vale a pena voltar às palavras do general assírio, há 2708 anos. Grandes potências surgem e caem, nada permanece para sempre.

O século XX foi chamado de "o século americano". No início do século, os Estados Unidos eram apenas mais um país à margem do sistema mundial. No final do século XX, depois de duas guerras mundiais, decididas pelo poder ascendente do gigante americano, os

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