Depois a Intifada declinou e também diminuiu a disposição do público israelense para fazer concessões. Em 2005 Sharon conduziu a "separação unilateral". Muitos israelenses pensaram que seria possível administrar a situação sem um acordo com os palestinos. A disposição para fazer a paz caiu ainda mais.

Uma expressão popular em Israel diz que "Os árabes só entendem a linguagem da força". Essa pesquisa pode confirmar o que muitos palestinos pensam: que são os próprios israelenses que não entendem outra linguagem.

Evidentemente, ambas as versões são corretas.

Já disse várias vezes que o conflito israelense-palestino é um choque entre uma força irresistível e um objeto inamovível.

A situação lamentável dos palestinos atualmente, com metade deles vivendo sob ocupação e metade como refugiados, é resultado direto da derrota palestina na guerra de 1948. A primeira parte daquela guerra, de dezembro de 1947 a maio de 1948, foi um choque entre o povo palestino e a comunidade hebraica (o yeshuv). Resultou em uma derrota retumbante para os palestinos. (Quando os exércitos dos Estados árabes vizinhos entraram no combate, os palestinos tornaram-se irrelevantes.)

Aquela foi evidentemente uma derrota militar, mas suas raízes se estendiam bem além do campo militar. Decorreu da falta de coesão da sociedade palestina naquele tempo, de seu fracasso em formar uma liderança operante e um comando militar unificado, que pudesse mobilizar e concentrar suas forças. Cada região lutou separadamente, sem coordenação com a outra. Abd-al-Kader Husseini, na área de Jerusalém, lutou separadamente de Fawzy al-Kaukji, no norte. O yeshuv, por sua vez, estava unificado e rigorosamente organizado e portanto venceu - apesar de ser equivalente, em números, a menos da metade da população palestina.

Os líderes do Hamas zombam de Mahmoud Abbas e dos que o apoiam em Ramallah, por esperar que Israel se retire sem que haja uma luta armada.

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