unida em torno do mantra mentiroso: "Não temos parceiro." No campo pacifista, muitos estão desanimados. E, mais importante, o movimento nacional palestino dividiu-se em duas facções e parece que o ódio entre elas aumenta a cada dia.

Cisões não são coisa rara em movimentos de libertação nacional. De fato, praticamente não há movimento de libertação nacional que não tenha passado por esse tipo de crise.

Mas uma situação na qual duas facções rivais controlam dois territórios diferentes, ambos sob ocupação estrangeira, é bastante inusitada.

Pode ser interessante comparar essa situação à das nossas organizações clandestinas antes da fundação do Estado de Israel.

Há semelhanças (não ideológicas, é claro): Fatah é parecido com a grande organização Haganah, que era controlada pela liderança sionista oficial; Hamas e o Jihad Islâmico, que rejeitam a liderança da OLP, são semelhantes aos grupos Irgun e Stern. As Brigadas alAqsa do Fatah podem ser comparadas ao Palmach, braço armado regular da Haganah.

Entre essas organizações hebraicas se desenvolveu um ódio feroz. Os membros da Haganah consideravam os integrantes do Irgun fascistas, os combatentes do Irgun viam os homens da Haganah como colaboradores das autoridades britânicas de ocupação. A liderança nacional chamava o Irgun e o grupo Stern de "separatistas", a designação oficial do Irgun para os membros da Haganah era "os merdas".

A hostilidade alcançou o auge durante a saison (temporada da caça), quando a Haganah capturou membros do Irgun e os entregou à polícia britânica, que os interrogou sob tortura e os deportou para campos de prisioneiros na África. Mas também houve um curto período durante o qual as três organizações coordenaram ações sob o guarda-chuva do "Movimento da Rebelião Hebraica".

Políticos israelenses gostam de lembrar o incidente de Altalena, quando Ben-Gurion deu a ordem de bombardear um navio do Irgun carregado de armas, perto da praia de Tel Aviv. (Menachem Begin, que

316