to dessa questão. Perguntei: "Se adiarmos a solução do problema de Jerusalém, até o fim das negociações vocês estarão em situação melhor ou pior do que estão hoje? Vocês têm certeza de que estarão em posição melhor para conseguir o que querem?"

O Acordo de Oslo (oficialmente, "A Declaração de Princípios") baseou-se, do ponto de vista palestino, nesse pressuposto. O acordo supostamente daria aos palestinos uma base mínima semelhante a um Estado, que evoluiria gradualmente, até que se estabelecesse o soberano Estado da Palestina.

O problema é que essa meta final não foi claramente escrita. Essa foi a falha fatal do acordo.

A meta de longo prazo dos palestinos estava perfeitamente clara. Havia sido fixada muito antes, por Arafat: o Estado da Palestina em todos os territórios ocupados, a volta às fronteiras existentes antes da guerra de 1967 (com a possibilidade de pequenas trocas de território, aqui e ali), Jerusalém Oriental (incluindo os locais sagrados, tanto islâmicos como cristãos) como capital da Palestina, o desmantelamento dos assentamentos no território palestino, uma solução para o problema dos refugiados mediante acordo com Israel. Essa meta não mudou e não mudará. Qualquer líder palestino que aceitasse menos do que isso seria considerado por seu povo como um traidor.

Porém, a meta dos israelenses não foi fixada e permanece indefinida até hoje. Por isso, a implementação de praticamente todas as partes do acordo gerou tanta controvérsia, que sempre foi resolvida pela imensa superioridade do poder de Israel. Gradualmente o acordo perdeu a própria alma, só deixando para trás letras mortas.

A esperança principal - de que a dinâmica da paz dominaria o processo - não se concretizou.

Imediatamente depois da assinatura do acordo imploramos a Itzhak Rabin que avançasse rapidamente, que criasse fatos, que pusesse em prática o significado explícito e implícito do acordo. Por exemplo: que libertasse todos os prisioneiros imediatamente, que parasse todas as atividades de colonização, que abrisse a passagem entre Gaza e a

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