O lamentável desempenho de Barack Obama foi mais um prego no caixão da posição da América como superpotência. De certa maneira, foi um crime contra os Estados Unidos.

A Primavera Árabe pode ter sido uma última oportunidade para os Estados Unidos recobrarem sua posição no Oriente Médio. Depois de alguma hesitação, Obama deu-se conta disto. Exortou Mubarak a se afastar, ajudou os líbios contra o tirano, fez algum ruído em torno de Bashar al-Assad. Ele sabe que precisa reconquistar o respeito das massas árabes se quiser recuperar alguma estatura na região, e, por extensão, no resto do mundo.

Pois agora estragou tudo, talvez para sempre. Nenhum árabe que se respeite o perdoará por ter esfaqueado as costas dos indefesos palestinos. Todo o crédito que os Estados Unidos tentaram granjear nos últimos meses no mundo árabe e no mundo muçulmano em geral foi-se embora num sopro.

Tudo pela reeleição.

Também foi um crime contra Israel.

Israel precisa de paz. Israel precisa viver lado a lado com o povo palestino, no interior do mundo árabe. Israel não pode depender eternamente do apoio incondicional dos declinantes Estados Unidos.

Obama sabe perfeitamente disso. Ele sabe o que é bom para Israel, ainda que Netanyahu não o saiba. E no entanto entregou as chaves do carro ao motorista bêbado.

O Estado da Palestina se tornará realidade. Esta semana já estava claro que é inevitável. Obama será esquecido, assim como Netanyahu, Lieberman e o bando todo.

Mahmoud Abbas - Abu Mazen, como o chamam os palestinos será lembrado. O "frango depenado" está levantando voo para o céu.

24/9/2011

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