Esta semana, o atual governante jordaniano, Abdallah II, teve um acesso de fúria ao ser informado de que mais um general israelense da reserva, Uzi Dayan, propusera a transformação da Jordânia em Palestina, tornando a Cisjordânia e a Faixa de Gaza "províncias" do reino hachemita. Diferentemente de seu falecido primo, Moshe, este Dayan não passa de um tolo pomposo, mas até o discurso de uma pessoa como ele enfurece o rei, que morre de medo de um influxo de palestinos deslocados da Cisjordânia para a Jordânia.

Três dias atrás, Binyamin Netanyahu disse a Cathy Ashton, a patética "secretária do Exterior" da União Europeia, que concordaria com qualquer coisa, exceto a criação de um Estado palestino. Pode parecer estranho, tendo em vista o discurso "histórico" por ele feito há menos de dois anos, no qual manifestava apoio à Solução dos dois Estados. (Talvez ele estivesse pensando no Estado de Israel e no Estado dos Colonos.)

Nas poucas semanas restantes antes da votação da ONU, nosso governo lutará com unhas e dentes contra a criação de um Estado palestino, com o apoio de todo o poderio dos Estados Unidos. Esta semana, Hillary Clinton superou seu próprio recorde retórico ao anunciar que este país apoia a Solução dos dois Estados e, portanto, se opõe a qualquer votação da ONU reconhecendo um Estado palestino.

Além das terríveis ameaças do que acontecerá após um voto da ONU por um Estado palestino, os dirigentes israelenses e americanos nos garantem que esse voto não fará a menor diferença.

Nesse caso, por que combatê-lo?

É claro que fará diferença. A ocupação prosseguirá, mas será a ocupação de um Estado por outro. Na história, os símbolos importam. O fato de a ampla maioria dos países reconhecer o Estado da Palestina será mais um passo para a conquista de sua liberdade.

Que acontecerá no dia seguinte? Nosso exército já anunciou que concluiu preparativos para enfrentar gigantescas manifestações palestinas contra os assentamentos. Os colonos serão convocados a mobi¬

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