lizar suas "equipes de emergência" para enfrentar os manifestantes, desse modo cumprindo as profecias de um "banho de sangue". Em seguida, o exército entrará em ação, deslocando muitos batalhões de tropas regulares e convocando unidades da reserva.
Semanas atrás, eu chamei a atenção para sinais ameaçadores de que franco-atiradores seriam utilizados para transformar manifestações pacíficas em algo muito diferente, como aconteceu na Segunda Intifada. Esta semana, isto foi oficialmente confirmado: francoatiradores serão mobilizados para defender os assentamentos.
Tudo isto significa um plano de guerra pelos assentamentos. Em termos bem simples: uma guerra para decidir se a Cisjordânia pertence aos palestinos ou aos colonos.
Em um desdobramento quase cômico dos acontecimentos, o exército também está fornecendo meios para dispersão de multidões às forças de segurança palestinas treinadas pelos americanos. As autoridades de ocupação esperam que essas forças palestinas protejam os assentamentos contra seus compatriotas. Como se trata das forças armadas do futuro Estado palestino, ao qual Israel se opõe, tudo fica parecendo meio desconcertante.
Segundo o exército, os palestinos receberão balas de borracha e gás lacrimogêneo, mas não o "Gambá".
O Gambá é um dispositivo que produz um fedor insuportável que impregna os manifestantes por vários dias. Receio que quando este capítulo chegar ao fim, o fedor impregne o nosso lado, e que não consigamos livrar-nos dele por muito tempo.
Vamos soltar nossa imaginação por um minuto.
Imaginemos que no próximo debate da ONU aconteça algo inacreditável: o delegado israelense declara, que, depois de examinar bem a questão, Israel decidiu votar pelo reconhecimento do Estado da Palestina.
Todos os participantes da assembleia engoliriam em seco, incrédulos. Passado um momento de silêncio, prorromperiam aplausos