conexo que ele fez recentemente era mostrado repetidas vezes, com o acréscimo de dezenas de depoimentos e opiniões de líbios de todos os setores - desde oficiais da Força Aérea que desertaram, indo para Malta, a cidadãos comuns na Tripoli bombardeada.

No início do seu discurso, Kadhafi (cujo nome se pronuncia Qazzafi, daí o slogan "Ya Qazzafi, Ya Qazzabi" - Oh Qazzafi, Oh Mentiroso) lembrou-me de Nicolae Ceausescu e seu famoso último discurso da sacada, interrompido pelas massas. À medida que o discurso avançava, contudo, Kadhafi lembrava-me cada vez mais Adolf Hitler em seus últimos dias, quando se debruçava sobre o mapa com os generais que restavam, planejando manobras com exércitos que não existiam mais e traçando grandiosas "operações", num momento em que o Exército Vermelho já estava a algumas centenas de metros do seu bunker.

Se Kadhafi não estivesse planejando massacrar o próprio povo, poderia ser grotesco ou triste. Nas reais circunstâncias, era apenas monstruoso.

Enquanto ele falava, os rebeldes assumiam o controle de cidades cujos nomes ainda estão gravados na lembrança dos israelenses da minha geração. Na Segunda Guerra Mundial, essas cidades foram campo de batalha dos Exércitos britânico, alemão e italiano, que as capturaram e perderam sucessivamente. Nós acompanhávamos ansiosos os combates, pois uma derrota britânica teria trazido a Wehrmacht ao nosso país, com Adolf Eichmann em seu rastro. Nomes como Benghazi, Tobruk e Derna ainda ressoam no meu ouvido - sobretudo por meu irmão ter lutado em unidades de ataque britânicas, para ser em seguida transferido para a campanha etíope, onde perdeu a vida.

Antes de perder completamente o juízo, Kadhafi externou uma ideia que parecia maluca, mas que nos dá o que pensar.

Sob a influência da vitória das massas não violentas no Egito, e antes de ser igualmente sacudido pelo terremoto, Kadhafi propôs embarcar as massas de refugiados palestinos em navios e mandá-las para as praias de Israel.

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