Eu recomendaria a Binyamin Netanyahu que leve essa possibilidade muito a sério. Que poderá acontecer se as massas de palestinos aprenderem com a experiência de seus irmãos e irmãs em meia dúzia de países árabes e concluírem que a "luta armada" não leva a lugar nenhum, e que deveriam adotar as táticas da ação não violenta de massa?

Que acontecerá se centenas de milhares de palestinos marcharem um dia sobre o Muro da Separação para derrubá-lo? E se um quarto de milhão de refugiadas palestinos no Líbano acorrerem a nossa fronteira norte? E se as massas se juntarem na praça Manara, em Ramallah, e na praça da Prefeitura de Nablus para enfrentar as tropas israelenses? Tudo isso diante das câmeras da Al Jazeera, acompanhado pelo Facebook e o Twitter, enquanto o mundo inteiro assiste segurando a respiração?

Até agora, a resposta era simples: se necessário, recorreremos a armas de fogo, a helicópteros com metralhadoras e a tanques dotados de canhões. Vamos acabar com tudo isso.

Mas agora a juventude palestina também viu que é possível enfrentar os tiros, que os aviões de combate de Kadhafi não puseram fim à rebelião, que a praça da Pérola, em Bahrein, não se esvaziou quando os soldados do rei começaram a atirar. Esta lição não será esquecida.

Talvez isso não venha a acontecer amanhã ou depois de amanhã. Mas com toda certeza acontecerá - a não ser que façamos a paz enquanto ainda é possível.

26/2/2011

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