Tsunami no Egito*

Até o último momento, a liderança israelense tentou manter Hosni Mubarak no poder.

Mas não havia esperança. Até os poderosos Estados Unidos se viram impotentes diante desse tsunami de indignação popular.

No fim, ela acabou aceitando uma segunda solução: uma ditadura militar pró-ocidental. Mas será realmente este o resultado final?

Ao se defrontar com uma nova situação, a primeira reação de Obama geralmente é admirável. Mas parece que em seguida ele volta a pensar no assunto. E de novo. E de novo. O resultado é um giro de 180 graus. Quando as massas começaram a convergir para a praça Tahrir, ele reagiu exatamente como a maioria das pessoas decentes nos Estados Unidos e, na verdade, no mundo todo. Era ilimitada a admiração por aqueles jovens corajosos que enfrentavam a temida polícia secreta Mukhabarat, exigindo democracia e respeito aos direitos humanos. Como poderíamos deixar de admirá-los? Eles recusavam a violência, suas exigências eram razoáveis, seus atos, espontâneos, e eles expressavam os sentimentos da ampla maioria da população. Sem nenhuma organização por trás, sem nenhuma liderança, eles diziam e faziam todas as coisas certas. Algo assim é raro na história. Nada

*Tradução de Clóvis Marques.

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