Vários "especialistas" têm tentado desmentir esses números, mas estatísticos respeitados, dentre os quais vários israelenses, aceitamnos, com pequenas correções para um ou outro lado.

A proporção, aliás, está mudando rapidamente a favor dos palestinos. A população de palestinos duplica a cada 18 anos. Mesmo que se considere o aumento vegetativo da população de judeus em Israel e a imigração previsível no futuro imediato, pode-se facilmente prever com precisão matemática o momento em que os palestinos serão maioria na população entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. É questão de anos, não de décadas.

A conclusão é uma só e inevitável. É possível atender a duas, nunca às três aspirações abaixo, simultaneamente: (a) caso se pense em implantar um Estado judeu em todo o território, esse Estado não será democrático; (b) caso se pense em implantar um Estado democrático em toda a área, esse Estado não poderá ser judeu; e (c) caso se pense em um Estado judeu e democrático, o Estado de Israel jamais corresponderá ao chamado Grande Israel.

É simples e lógico. Não é preciso ser um Moshe Arens, engenheiro de profissão, para entender. Assim sendo, a direita procura hoje outra lógica que lhe possibilite a criação de um Estado judeu e democrático em todo o território.

O jornal Haaretz publicou, no dia 16 de julho de 2010, uma notícia realmente surpreendente: personalidades destacadas da extrema-direita israelense - de fato, algumas das mais extremistas - de repente falavam da solução de Um Estado, do mar ao rio. Falavam de um Estado no qual os palestinos seriam cidadãos plenos, com plenos direitos.

Aqueles direitistas, citados pelo jornalista Noam Sheizaf, não escondiam seus motivos: seu único interesse era impedir a criação de um Estado palestino ao lado de Israel, o que implicaria o fim do projeto de colonização da Palestina e a retirada dos assentamentos e postos avançados da Cisjordânia. Visavam também a calar a crescente pressão internacional em favor da solução de Dois Estados.

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