e Samaria talvez venham a ser um condomínio, administrado em conjunto... Mas tudo isso exige tempo. Parem de tentar me assustar com a demografia.

O regime acima descrito não é um Estado de apartheid, é pior do que isso. Trata-se de um Estado judeu no qual a maioria judaica decidirá se e quando conferir cidadania a alguns dos árabes. As palavras que se repetem - "talvez dentro de uma geração" - são muito vagas, e não por acaso.

Mas o mais importante: há um silêncio estrondoso em torno da mãe de todas as perguntas: o que acontecerá quando os palestinos forem maioria nesse "Um Estado"? Não é questão de "se"; é questão de "quando". Não há nem sombra de dúvida de que acontecerá, não "no período de uma geração", mas muito antes.

Esse estrondoso silêncio fala por si mesmo. Quem não conhece Israel talvez creia que os direitistas israelenses estejam dispostos a aceitar tal situação. Só uma pessoa muito ingênua poderá esperar uma repetição do que aconteceu na África do Sul, quando uma pequena minoria branca entregou o poder a uma grande maioria de negros sem ocorrer um banho de sangue.

Afirmamos acima que é impossível "transformar o triângulo em um círculo". Mas a verdade é que existe uma maneira: pela limpeza étnica. O Estado judeu pode ocupar todo o espaço entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão e ainda ser democrático - se lá não houver palestinos.

Uma limpeza étnica pode ser conduzida de maneira dramática (como se viu em Israel em 1948 e no Kosovo em 1998) ou de uma maneira silenciosa e sistemática, por dúzias de métodos sofisticados, como se vê hoje acontecer em Jerusalém Oriental. Mas não há qualquer dúvida de que uma limpeza étnica seja a etapa final da visão de Um Estado dos direitistas. Na primeira etapa haverá um esforço para cobrir o território com assentamentos e demolir

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