A expressão "Me segurem!" faz parte do folclore israelense. Nos lembra de nossa infância.
Os meninos, quando se desentendem com meninos maiores, fingem tentar conter-se para não atacar o grandão e gritam para a rodinha em volta: "Me segurem! Me segurem... Ou eu mato esse cara!"
Israel vive hoje uma situação semelhante. Fingimos que vamos atacar o Irã a qualquer momento e gritamos para o mundo inteiro: "Me segurem ou..."
E o mundo, de fato, tem segurado Israel.
É arriscado profetizar nesses assuntos, sobretudo porque se tem de lidar com gente nem sempre inteligente e nem sempre mentalmente sã. Mesmo assim, arrisco: não há qualquer possibilidade, de nenhum tipo, de Israel mandar a Força Aérea atacar o Irã.
Não vou entrar em assuntos militares. Será que nossa Força Aérea é realmente capaz de executar tal operação? As circunstâncias de hoje são semelhantes às de há 28 anos, quando Israel conseguiu destruir o reator iraquiano? Será que podemos eliminar o esforço nuclear iraniano, cujas instalações estão dispersas num vasto território e enterradas profundamente no subsolo?
Interessa-me focar outro aspecto: será que o ataque ao Irã é politicamente viável? E quais seriam as consequências?