Tudo isso é evidente para qualquer pessoa bem-informada e principalmente para os líderes civis e militares americanos. Ministros, generais e almirantes já foram enviados a Israel para explicar tudo isso a nossos líderes, em uma linguagem que até crianças podem entender: Não! No! Nyet!
Assim sendo, por que a opção militar ainda não foi retirada da mesa de discussões? Pois os Estados Unidos e Israel gostam de tê-la ali, à vista, sobre a mesa.
Os Estados Unidos gostam de parecer que tentam, a duras penas, conter o feroz rottweiler israelense. Assim, as demais potências são pressionadas a concordar com as sanções ao Irã. Se alguém não concordar, o cão furioso pode ficar fora de controle. Imaginem as consequências!
E que sanções? Nos últimos tempos não há palavra mais ameaçadora do que essa - "sanções" - no palco das discussões internacionais. Mas se pensarmos um pouco, logo se verá que há mais fumaça do que fogo.
Alguns comandantes da Guarda Revolucionária talvez sejam prejudicados, a economia iraniana talvez sofra algum dano secundário. Mas ninguém cogita aplicar "sanções que paralisarão o Irã", porque não há qualquer chance de Rússia e China concordarem. Ambos os países fazem bons negócios com o Irã.
Além disso, a possibilidade de essas sanções interromperem a fabricação da bomba, ou mesmo de retardar o processo, é mínima. Do ponto de vista dos aiatolás, o esforço nuclear é um imperativo de segurança nacional - só um país com bomba atômica tem como defender-se de um ataque americano. Diante das ameaças repetidas dos porta-vozes americanos de derrubar seu regime, nenhum governo iraniano poderia agir diferentemente. As negações do Irã são pouco convincentes. Segundo todos os relatos, até os maiores opositores de Mahmoud Ahmadinejad apoiam o projeto da bomba atômica e o defenderão se for atacado.