Nesse ponto a liderança israelense tem razão: nada impedirá o Irã de construir uma bomba nuclear, exceto o emprego em massa de força militar. "Sanções" são brincadeiras de criança. Os governantes americanos falam delas em termos tão empolgados apenas para encobrir o fato de que nem eles, com toda sua força, podem impedir os iranianos de obterem a bomba.
Quando Netanyahu & Cia. criticam a falta de capacidade dos Estados Unidos para enfrentar o Irã, os americanos lhes respondem na mesma toada: vocês também não são confiáveis.
De fato, que confiança mereceriam nossos líderes? Eles mesmos convenceram o público israelense de que o armamento nuclear iraniano é uma questão de vida ou morte para Israel. Que o Irã é governado por um louco, um novo Hitler, antissemita doente, obcecado negador do Holocausto. Se ele tiver uma bomba nuclear não hesitará em lançá-la sobre Tel Aviv e Dimona. Com tal espada sobre nossas cabeças, este não é um momento para assuntos triviais como a questão palestina e a ocupação.
Quem quer que toque na questão palestina com nossos líderes é imediatamente interrompido: "Que Palestina? Esqueçam isso! Vamos conversar sobre a bomba iraniana!"
Obama e sua equipe têm conseguido inverter a argumentação de Netanyahu: se essa é realmente uma ameaça existencial a Israel, dizem eles, por favor tirem as conclusões. Se a bomba iraniana ameaça a própria existência de Israel, vocês devem sacrificar os assentamentos da Cisjordânia para impedi-la. Aceitem a proposta da Liga Árabe, façam a paz com os palestinos o mais rapidamente possível. Esse movimento de Israel facilitará a posição dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão e liberará nossas tropas. Além disso, o Irã ficará sem pretexto para fazer guerra contra Israel. As massas no mundo árabe deixariam de apoiar tal guerra.
E os Estados Unidos concluem: se um novo bairro judaico em Jerusalém Oriental é mais importante para Israel do que a bomba