iraniana, então, evidentemente, esse assunto não é tão crítico assim para vocês. E essa, modestamente, também é a minha opinião.

Anteontem uma jornalista do canal 2 da TV, muito popular em Israel, me telefonou e perguntou, com voz chocada: "É verdade que você deu uma entrevista à agência iraniana de notícias?"

"É verdade", respondi. A agência mandou-me algumas perguntas por e-mail, sobre a situação política e enviei as respostas. "Por que você fez isso?", ela perguntou-acusou. "E por que não?", disse eu. E a conversa acabou ali.

De fato, por que não? Sim, Ahmadinejad é um líder repulsivo. Espero que os iranianos livrem-se dele e suponho que isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas nossas relações com o Irã não dependem de uma só pessoa, seja quem for.

Israel e Irã sempre foram nações amigas, desde os tempos de Ciro até Khomeini (a quem Israel forneceu armas na guerra contra o Iraque).

Hoje em dia o Irã é apresentado em Israel como uma caricatura: um país primitivo, louco, sem outra coisa na cabeça além da obsessão de destruir o Estado sionista. Mas basta ler alguns bons livros sobre o Irã (recomendaria Understanding Iran, de William Polk) para conhecer uma das civilizações mais antigas do mundo, onde nasceram vários grandes impérios e que deu uma impressionante contribuição para a cultura, uma tradição antiga e digna. Para vários especialistas, a religião judaica foi profundamente influenciada pelos ensinamentos éticos de Zoroastro (Zaratustra).

Sejam quais forem os desmandos de Ahmadinejad, os clérigos islâmicos, que governam realmente o país, têm conduzido uma política cautelosa e sóbria e nunca atacaram qualquer outro país. Eles têm interesses importantes, mas Israel não está entre eles. A ideia de que sacrificariam sua própria pátria para destruir Israel é ridícula.

A simples verdade é que não há meios de impedir que os iranianos obtenham uma bomba atômica. Portanto, é melhor pensar seriamente sobre a situação que se criaria: um equilíbrio de terror como

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