Ninguém sabe onde está Bin Laden - nem sequer se está vivo não há provas de que esteja no Afeganistão. Há quem diga que se mudou para o vizinho Paquistão. E mesmo que lá esteja: que sentido há em alguém fazer guerra e matar milhares de pessoas para caçar um único homem?

Há os que dizem: Ok, Bin Laden não existe. Mas é preciso impedir a volta dos Talibã ao governo do Afeganistão. Por quê, santo Deus?! Quem são os americanos para mandar no Afeganistão? Pode-se odiar os fanáticos religiosos em geral e os Talibã em particular - mas seria motivo para uma guerra interminável?

Se os afegãos preferem ser governados pelos Talibã, em vez dos mercadores de ópio que hoje estão no poder em Cabul, o problema é deles. E parece que sim, que preferem os Talibã, dado que eles já retomaram o controle de praticamente todo o país. Essa não é uma boa razão para fazer uma guerra como a do Vietnã.

Mas como é que os Estados Unidos sairão de lá? Obama não sabe. Durante a campanha eleitoral, Obama prometeu, com entusiasmo febril de candidato, que aprofundaria a guerra no Afeganistão como uma espécie de compensação pela retirada do Iraque. Hoje está atolado tanto no Iraque como no Afeganistão. E aparentemente está prestes a atolar-se, também, numa terceira guerra.

Durante os últimos dias, o nome do Iêmen aparece em todas as manchetes. Iêmen - um segundo Afeganistão, um terceiro Vietnã. O elefante está pronto para entrar em outra loja de porcelanas. Desta vez, tampouco está preocupado com a porcelana.

Sei pouco sobre o Iêmen, mas sei o suficiente para entender que só um doido teria qualquer interesse em deixar-se envolver lá. É mais um Estado artificial, composto de metades incompatíveis - o país de Sanaa no norte e o sul (ex-britânico). A maior parte do país é montanhosa, controlada por tribos belicosas que defendem, todas, a própria independência. Como o Afeganistão, é uma região ideal para guerra de guerrilhas.

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