(cujo título oficial é "conselheiro legal do governo") participou do planejamento. Esta semana, o advogado-geral do Exército, coronel Avichai Mandelblut, revelou que seus funcionários estiveram alocados, durante toda a guerra, em todos os comandos, do gabinete do chefe do Estado-Maior até os comandos de divisão.

Tudo isso leva à conclusão inescapável de que os assessores jurídicos têm responsabilidade direta pelas decisões tomadas e implementadas, do massacre dos formandos da polícia civil, assassinados durante a cerimônia de formatura, até o bombardeio de instalações da ONU. Todos os advogados que participaram das deliberações antes de as ordens serem expedidas são responsáveis pelas consequências, a menos que possam provar que se opuseram a essas ordens.

O advogado-geral do Exército, a quem cabe dar aconselhamento profissional e objetivo ao Exército, fala de um "inimigo monstruoso" e tem tentado justificar as ações do Exército dizendo que enfrentava "um inimigo sem freios, que declarara que ‘ama a morte’ e escondese atrás de mulheres e crianças". Essa linguagem, perdoável talvez nos discursos de algum comandante embriagado pela guerra, como o chefe de batalhão que ordenou que seus soldados se suicidassem se houvesse risco de serem capturados, é totalmente inadmissível no discurso do advogado-geral do Exército.

Devemos seguir todos os trâmites legais em Israel e exigir uma investigação independente e que sejam indiciados todos os suspeitos de crimes de guerra. Temos de exigir que se cumpram esses imperativos de lei, ainda que as chances de que se venham a cumprir sejam, de fato, mínimas.

Se nossos esforços falharem, ninguém terá o que objetar se Israel for julgado em tribunais no exterior, seja em corte internacional ou seja em cortes nacionais de países que respeitam os direitos humanos e a lei internacional.

Até lá, a bandeira preta vai continuar pairando.

31/1/2009

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