Em milhares de anos de história, Aco (Akko, em hebraico; Akka em árabe; Acre em francês e inglês) jamais foi uma cidade israelita.
Mesmo de acordo com a história mitológica da Bíblia os israelitas não conquistaram a cidade de Aco, um porto muito antigo. No primeiro capítulo do Livro dos Juízes, que contradiz em boa parte o que se lê no Livro de Josué, está bem claro: "Nem (a tribo de) Acer expulsou os habitantes de Aco" (Juízes 1:31).
Poucas cidades em todo o mundo viveram uma história tão tempestuosa como Aco. Foi uma cidade canaanita-fenícia, teve laços de comércio com o Egito, se rebelou contra a Assíria, enfrentou os judeus hasmoneanos, foi conquistada pelos Cruzados, serviu de campo de batalha para o legendário Saladino e para o não menos legendário Ricardo Coração de Leão, foi capital do Estado árabe semi-independente da Galileia sob Daher al-Ornar e resistiu ao sítio de Napoleão. Cada um desses períodos deixou marcas em Aco, tanto muralhas como construções. Uma cidade fascinante, talvez a mais bela - e certamente a mais interessante - depois de Jerusalém.
Durante alguns desses períodos houve em Aco uma pequena comunidade judaica, mas nunca foi uma cidade judaica. Ao contrário: os rabinos costumavam discutir se Aco, do ponto de vista da lei religiosa (Halacha), pertencia ao Eretz Israel. Essa questão era importante,