O sobrenome alemão Sternhell significa "brilhante como as estrelas". O nome é adequado: as posições do professor Ze’ev Sternhell destacam-se, brilhantes, contra a escuridão do céu. Ele vem alertando para o perigo de fascismo em Israel. Esta semana fascistas israelenses colocaram uma bomba na entrada de seu apartamento e ele ficou levemente ferido.
À primeira vista a escolha da vítima parece estranha. Mas os autores do atentado sabiam o que faziam.
Não atacaram os ativistas que, todas as semanas, fazem manifestações contra o Muro de Separação em Bilin e Naalin. Não atacaram os grupos de esquerda que, ano após ano, mobilizam-se para ajudar os palestinos a colher suas azeitonas perto dos assentamentos mais perigosos. Não atacaram as Mulheres de Preto que se manifestam todas as sextas-feiras, nem as mulheres do movimento Machsom Watch que vigiam os pontos de checagem militares para registrar e denunciar atos de violência de soldados israelenses contra palestinos. Atacaram uma pessoa que se dedica exclusivamente ao trabalho acadêmico.
As lutas de campo são essenciais. Mas visam principalmente a influenciar a opinião pública. E a principal batalha é pela opinião pública, na qual os intelectuais têm um papel importante a desempenhar.