Todos que conhecem a história do nazismo sabem muito bem do vergonhoso papel que tiveram os tribunais e demais agentes da lei, na República de Weimar, em relação aos criminosos cujo objetivo explícito era acabar com o próprio sistema democrático. Os juízes determinavam penas ridiculamente leves para agitadores nazistas, os quais consideravam "patriotas equivocados", enquanto agitadores comunistas eram tratados como agentes estrangeiros e traidores.

Atualmente estamos vivendo o mesmo fenômeno aqui. Os colonos que infringem a lei recebem penas simbólicas, enquanto os palestinos, mesmo quando acusados por infrações muito mais leves, recebem penas severas. Hoje em dia até um colono que atiça seu cão contra um comandante de batalhão é liberado, assim como um colono que quebra os ossos de um oficial militar.

O sistema jurídico interno do Exército só pode ser chamado de monstruoso: o comandante que deteve uma mulher palestina sangrando, em trabalho de parto, num ponto de checagem, causando a morte do bebê, foi condenado a duas semanas de prisão. O comandante que ordenou que um soldado atirasse na perna de um palestino algemado foi "transferido" - o que significa que esse criminoso de guerra pode continuar servindo em outra unidade do Exército.

O aumento no número e na gravidade de incidentes desse tipo demonstra que o fascismo israelense está se fortalecendo? À primeira vista pode-se ter essa impressão.

Mas, pensando melhor, o que acontece é o contrário.

Os colonos fanáticos sabem que perderam o apoio da opinião pública em Israel e que os cidadãos comuns os veem como bandidos perigosos. Seus atos, expostos pela televisão, despertam indignação e muitas vezes repugnância. A visão do "Grande Israel" não apenas perdeu altitude - se esborrachou no chão da realidade. Os fanáticos agem, como agem, por fraqueza e frustração.

Como os nazistas odiavam a República alemã, assim esses fanáticos estão começando a odiar o Estado de Israel. E têm boas razões para isso. Estão vendo que não há lugar para eles em um consenso

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