nacional que vai ganhando corpo em torno da ideia de "dois Estados para dois povos" - seja por razões negativas, como os temores demográficos ou o fardo da ocupação, seja por razões positivas, como a esperança de paz e prosperidade após a retirada dos territórios ocupados.
A discussão sobre as fronteiras continua, mas a maioria vê o Muro de Separação como a fronteira futura. (Como deixamos claro, desde o início, o Muro não foi construído para barrar atentados suicidas de palestinos, como dizem as autoridades israelenses, mas sim para demarcar uma futura fronteira entre os dois Estados.)
Os governantes israelenses desejam anexar as terras que ficam entre o Muro e a Linha Verde e, em troca, estão dispostos a entregar áreas de Israel aos palestinos. Como os colonos interpretam esse fato?
A maioria dos colonos vive em assentamentos próximos da Linha Verde, que, conforme essa visão, serão anexados a Israel. Esses colonos, não por acaso, são "não ideológicos", que buscam apartamentos baratos e "qualidade de vida", perto de Tel Aviv ou de Jerusalém. Esses colonos provavelmente aceitarão qualquer acordo de paz que os mantenha em território israelense.
A grande maioria dos colonos extremistas, daqueles que são motivados por uma ideologia religiosa-fascista, vive em pequenos assentamentos a leste do Muro, os quais devem ser desmantelados quando a paz chegar. São uma pequena minoria, mesmo entre os colonos, apoiada por uma minoria radical da extrema-direita. Aí, exatamente, é que está crescendo o violento fascismo israelense.
Antigamente parecia que uma linha vermelha corria paralela à Linha Verde - se pensava que o terrorismo religioso-nacionalista feriria "apenas" os palestinos e não atingiria israelenses. Até o rabino Meir Kahane, fascista nato, dizia isso.
Essa ilusão desmanchou-se com o assassinato de Itzhak Rabin. Então se viu que o fascismo israelense é igual ao fascismo clássico, que troveja contra "o inimigo estrangeiro", mas dirige seu terrorismo contra "o inimigo interno".