Tenho um pedido modesto: antes de começar, por favor olhem mais uma vez o mapa, no ponto onde está o estreito que leva o nome (provavelmente) do deus de Zaratustra.

A reação inevitável, se o Irã for bombardeado, será o bloqueio do estreito de Hormuz. Essa reação já deveria ser evidente, mesmo sem a explícita declaração de um dos mais importantes generais iranianos, há poucos dias.

O Irã controla toda a extensão do estreito. Pode bloqueá-lo hermeticamente, com seus mísseis e artilharia terrestre e naval.

Se isso acontecer, o preço do petróleo disparará - para bem além dos temidos 200 dólares por barril. Daí em diante será gerada uma reação em cadeia: uma crise mundial, o colapso de indústrias inteiras e um aumento catastrófico do desemprego nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.

Para evitar esse perigo, os Estados Unidos terão de ocupar partes do Irã - talvez todo o território desse país, que é muito extenso. Os Estados Unidos não têm à disposição nem uma pequena parte das forças de que necessitariam. Praticamente todas as forças terrestres dos Estados Unidos já estão ocupadas no Iraque e no Afeganistão.

A poderosa frota naval dos Estados Unidos constitui uma ameaça para o Irã - mas, no momento em que o estreito for fechado, estará reduzida à situação daquelas miniaturas de navios dentro de garrafas. Talvez em decorrência desse perigo os comandantes da Marinha dos Estados Unidos retiraram do Golfo Pérsico, esta semana, o portaaviões Abraham Lincoln, que é movido a energia nuclear, alegando que o deslocamento teria a ver com a situação no Paquistão.

Resta a possibilidade de os Estados Unidos usarem um testa de ferro. Israel atacará e a operação não envolverá oficialmente os Estados Unidos, que negarão qualquer responsabilidade.

Será? O Irã já anunciou que considerará qualquer ataque de Israel como operação americana e que responderá como se fosse atacado diretamente pelos Estados Unidos. Faz todo o sentido.

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