Um pedido de perdão

Esta semana o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, r,v em um discurso dramático ao Parlamento, pediu desculpas aos povos autóctones de seu país pelas injustiças que sucessivos governos canadenses cometeram ao longo de muitas gerações.

Assim o Canadá branco tenta fazer a paz com as nações nativas, cujas terras seus antepassados conquistaram e cuja cultura seus governantes tentaram aniquilar.

Pedir perdão por erros do passado tornou-se uma parte da cultura política moderna.

Pedir perdão nunca é fácil. Os cínicos podem afirmar que tampouco é tão difícil assim. São apenas palavras. E, afinal, palavras são uma mercadoria barata. Mas, de fato, atos como esse têm um significado profundo. Para uma pessoa - e mais ainda para uma nação - é sempre difícil admitir crimes e atrocidades que cometeu. Isso significa reescrever a narrativa histórica que constitui a base da coesão nacional. Obriga uma mudança drástica nos livros escolares e na perspectiva nacional. Geralmente governos são contra essa atitude, por causa de demagogos nacionalistas e propagandistas de ódio que infestam todos os países.

O presidente da França pediu desculpas, em nome de seu povo, pelos crimes do regime de Vichy, que entregou judeus aos extermi-

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