nadores nazistas. O governo tcheco pediu desculpas aos alemães pela expulsão em massa da população alemã no fim da Segunda Guerra Mundial. A Alemanha, é claro, pediu desculpas aos judeus pelos crimes indescritíveis do Holocausto. Recentemente o governo da Austrália pediu desculpas aos povos aborígines. E até em Israel houve uma pálida tentativa de curar uma grave ferida interna, quando Ehud Barak pediu desculpas aos judeus orientais pela discriminação que sofreram por muitos anos.

Mas nós enfrentamos um problema que é muito mais difícil e complexo. Tem a ver com as raízes de nossa existência nacional neste país.

Acredito que a paz entre nós e o povo palestino - uma paz verdadeira, baseada em uma reconciliação verdadeira - começa com um pedido de perdão.

Imagino o presidente do Estado de Israel ou o primeiro-ministro, em sessão extraordinária do Parlamento, pronunciando um discurso histórico, nos seguintes termos:

"Digníssimo presidente do Knesset.

"Digníssimos parlamentares.

"Em nome do Estado de Israel e de todos os seus cidadãos, dirijome hoje aos filhos e filhas do povo palestino, estejam onde estiverem.

"Reconhecemos o fato de que cometemos contra os senhores uma injustiça histórica e, humildemente, pedimos perdão.

"Quando o movimento sionista decidiu estabelecer um lar nacional neste país - o qual chamamos de Terra de Israel e vocês chamam de Palestina - não havia a intenção de construir nosso Estado sobre as ruínas de outro povo. De fato, praticamente ninguém do movimento sionista jamais estivera neste país antes do primeiro Congresso Sionista, em 1897, e ninguém tinha ideia da situação real aqui.

"O ardente desejo dos fundadores desse movimento era salvar os judeus da Europa, onde se formavam as nuvens sombrias do ódio contra os judeus. Na Europa Oriental havia pogroms, e por toda a Europa viam-se sinais do processo que afinal levaria ao horror do Holocausto, no qual seis milhões de judeus desapareceram.

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