"Esse objetivo básico se somou à devoção profunda que liga os judeus, ao longo das gerações, ao país no qual se escreveu a Bíblia, texto que define nosso povo, e à cidade de Jerusalém, para a qual se voltam os judeus, há milhares de anos, em suas orações.

"Os fundadores sionistas que aqui chegaram eram pioneiros que carregavam no coração os mais sublimes ideais. Acreditavam na libertação nacional, na liberdade, na justiça e na igualdade. Orgulhamo-nos deles. Eles certamente nunca sonharam em cometer uma injustiça de dimensões históricas.

"Tudo isso não justifica o que aconteceu depois. A criação do lar nacional judaico neste país envolveu uma terrível injustiça contra vocês, o povo que aqui vivia há muitas gerações.

"Não podemos continuar ignorando o fato de que na guerra de 1948 - que para nós é a Guerra da Independência e para vocês é a Nakba - cerca de 750 mil palestinos foram obrigados a deixar suas casas e suas terras. Em relação às circunstâncias exatas dessa tragédia, proponho que se constitua um comitê para a verdade e a reconciliação, que reunirá especialistas israelenses e palestinos e cujas conclusões serão incorporadas aos textos escolares dos dois lados.

"Não podemos continuar ignorando o fato de que, durante 60 anos de conflito e guerra, vocês foram impedidos de exercer seu direito natural à independência em seu próprio Estado nacional livre. Esse direito foi assegurado aos palestinos pela resolução da Assembleia Geral da ONU de 29 de novembro de 1947, o mesmo documento que deu o fundamento legal para o estabelecimento do Estado de Israel.

"Por tudo isso devemos a vocês um pedido de perdão, que aqui expresso de todo o coração.

"Diz a Bíblia que ‘Quem oculta seus crimes não prosperará, mas quem os confessa e repele alcançará misericórdia’ (Provérbios 28:13). É claro que não basta confessar. Também temos de nos afastar dos erros que cometemos no passado.

"É impossível fazer voltar a roda da história e restaurar a situação que aqui existia em 1947, assim como o Canadá e os Estados Unidos

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