de 29 de novembro de 1947, que decretou a partilha da Palestina entre um Estado judaico e um Estado árabe. Essa guerra durou até a proclamação do Estado de Israel, no dia 14 de maio de 1948. Nesse dia, começou a segunda guerra - entre o Estado de Israel e os países vizinhos, que envolveram seus exércitos no combate.

Essa não foi uma guerra entre dois países por um pedaço de terra, como as guerras entre Alemanha e França, que disputavam a Alsácia. Nem foi uma guerra fratricida, como a Guerra Civil Americana, na qual os dois lados pertenciam à mesma nação. Classifico essa guerra como uma "guerra étnica".

Esse tipo de guerra trava-se entre dois povos que vivem no mesmo país, cada um exigindo o país inteiro para si. Nesse tipo de guerra o objetivo não é apenas obter uma vitória militar, mas também a posse da maior parte possível do país, sem a população do outro lado. Foi o que aconteceu quando a Iugoslávia se fragmentou e quando, não por acaso, foi cunhada a odiosa expressão "limpeza étnica".

A guerra era inevitável?

Naquela época esperei até o último minuto que pudesse ser evitada. Em retrospectiva, é claro para mim que já era tarde demais.

Os judeus estavam determinados a estabelecer seu próprio Estado. Esse era um dos objetivos fundamentais do movimento sionista, fundado 50 anos antes, e que foi muito reforçado pelo Holocausto, que chegara ao fim apenas dois anos e meio antes.

Os árabes estavam determinados a impedir o estabelecimento de um Estado judaico no país que (com razão) consideravam um país árabe. Por isso, os árabes iniciaram a guerra.

O que você e os judeus em geral pensaram quando se alistaram?

Quando me alistei, no início da guerra, todos nós estávamos convencidos de que corríamos o risco de ser aniquilados e de que lutávamos para nos defender, defender nossas famílias e toda a comunidade hebraica. (Quando digo "nós" refiro-me à comunidade hebraica em geral e aos soldados em particular.) A frase "Não há alternativa"

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