não era apenas um slogan, mas sim uma convicção profunda. Não creio que os árabes tivessem a mesma convicção. Foi onde erraram.

Isso explica por que a comunidade judaica mobilizou-se totalmente, desde o primeiro instante. Tínhamos uma liderança unificada (até os grupos Irgun e Stern se subordinaram a ela) e uma força militar unificada, que rapidamente assumiu o caráter de um exército regular.

Nada disso aconteceu no lado árabe. Eles não tinham uma liderança unificada, nem um exército árabe-palestino unido - o que significa que não eram capazes de concentrar suas forças nos pontos cruciais. Mas só soubemos disso depois da guerra.

Vocês acreditavam que fossem o lado mais forte?

De modo algum. Naquela época os judeus eram apenas um terço da população que vivia aqui. As centenas de aldeias árabes por todo o país controlavam as principais vias de transporte, cruciais para nossa sobrevivência. Sofremos muitas baixas na luta para desimpedir as estradas, principalmente a estrada para Jerusalém. Sentíamos realmente que éramos "poucos contra muitos".

Aos poucos o equilíbrio de forças foi se alterando. Nosso Exército tornou-se mais organizado e aprendeu pela experiência, enquanto os árabes continuavam a depender de faz’ah - a mobilização de moradores das aldeias locais, equipados apenas com suas velhas armas. A partir de abril de 1948 começamos a receber grandes quantidades de armas leves, da Tchecoslováquia, mandadas por ordem de Stálin. Em meados de maio, quando se aproximava a intervenção prevista dos exércitos árabes, já controlávamos um território contínuo.

Em outras palavras, vocês expulsaram os árabes?

Ainda não era uma "limpeza étnica", mas sim um efeito da guerra. Nosso lado se preparava para o ataque em massa dos exércitos árabes e não podíamos deixar uma grande população hostil na retaguarda. Essa necessidade militar evidentemente misturava-se ao desejo, mais ou menos consciente, de criar um território judaico homogêneo.

Ao longo dos anos adversários de Israel criaram um mito conspiratório sobre um Plano D, como se tivesse sido a origem da limpeza

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