A máxima de Herzl não sobreviveu apenas como pensamento abstrato. O movimento sionista a seguiu desde o primeiro momento e o Estado de Israel a mantém viva até o dia de hoje.
Poderia ter sido diferente? Poderíamos nos tornar uma parte da região? Poderíamos nos converter em uma espécie de Suíça cultural, uma ilha independente entre Oriente e Ocidente, que servisse de ponte e mediação entre ambos?
Um mês antes de eclodir a guerra de 1948, sete meses antes de o Estado de Israel ter sido oficialmente constituído, publiquei uma brochura intitulada War or Peace in the Semitic Region. Começava assim:
Quando nossos pais sionistas decidiram criar um "abrigo seguro" na Palestina, podiam escolher entre dois caminhos:
Podiam mostrar-se ao oeste da Ásia como um conquistador europeu, que se vê como cabeça de ponte da raça "branca" e senhor dos "nativos", como os conquistadores espanhóis e os colonialistas anglo-saxônicos na América. Como, em seu tempo, os Cruzados na Palestina.
A outra via era verem-se eles mesmos como um povo asiático que voltava à terra de origem - vendo-se como herdeiros da tradição política e cultural da região semita.
A história deste país viu dezenas de invasões, que se podem classificar em duas categorias principais.
Houve os invasores que vieram do Oeste, como os filistinos, os gregos, os romanos, os cruzados, Napoleão e os britânicos. Invasores desse tipo visaram a implantar uma cabeça de ponte e sua perspectiva mental era a de cabeça de ponte. A região é um território hostil, seus habitantes são inimigos, que devem ser oprimidos ou destruídos. No fim, todos esses invasores foram expulsos.
E houve invasores que vieram do Leste, como os emoritas, os assírios, os babilônios, os persas e os árabes. Esses conquistaram o