território e tornaram-se parte dele, influenciaram sua cultura e foram influenciados por ela e, no fim, enraizaram-se.
Os antigos israelitas classificam-se na segunda categoria. Embora haja dúvida sobre o Êxodo do Egito narrado nos Livros de Moisés, ou sobre a Conquista de Canaã narrada no Livro de Josué, é razoável pressupor que fossem tribos que vieram do deserto e infiltraram-se nas cidades fortificadas de Canaã, que não poderiam conquistar, de acordo com a descrição em Juízes 1.
Os sionistas pertenciam à primeira categoria. Trouxeram com eles a visão de mundo de cabeça de ponte, de vanguarda da Europa. Essa visão de mundo gerou o Muro como símbolo. Isso tem de mudar completamente.
Uma das nossas peculiaridades nacionais é um tipo de discussão no qual todos os participantes, sejam de esquerda ou de direita, utilizam o argumento decisivo de que "se não fizermos tal e tal coisa, o Estado de Israel deixará de existir!". Alguém imagina esse tipo de argumento na França, na Inglaterra ou nos Estados Unidos?
Esse é um sintoma da ansiedade "de Cruzado". Embora tenham permanecido neste país por quase 200 anos e produzido oito gerações de "nativos", os Cruzados jamais tiveram certeza de que continuariam existindo aqui.
Não estou preocupado com a existência do Estado de Israel. Existirá enquanto existirem Estados. A questão é: que tipo de Estado será?
Um Estado de guerra permanente, o terror de seus vizinhos, onde a violência impregna todas as esferas da vida, onde os ricos florescem e os pobres vivem em miséria; um Estado que será abandonado por seus melhores filhos?
Ou um Estado que vive em paz com seus vizinhos, para seu benefício mútuo; uma sociedade moderna com direitos iguais para todos seus cidadãos e sem miséria; um Estado que investe seus recursos em ciência e cultura, na indústria e na preservação do meio ambiente;