para a guerra. Mas a guerra realmente atendeu àqueles interesses? Os resultados sugerem o contrário: três poderosos impérios - o russo, o alemão e o austríaco - desmoronaram; a França perdeu sua posição como potência mundial, sem esperança de recuperá-la; o Império Britânico ficou mortalmente ferido.
Especialistas militares apontam a chocante estupidez de praticamente todos os generais, que jogaram seus pobres soldados, muitas e muitas vezes, em batalhas irremediavelmente perdidas, que nada obtiveram além de carnificina.
Os estadistas foram mais espertos? Nenhum dos políticos que iniciaram a guerra imaginou que seria tão longa e tão terrível. No início de agosto de 1914, quando os soldados de todos os países marcharam para a guerra, cheios de entusiasmo, lhes prometeram que estariam em casa "antes do Natal".
Nenhum objetivo político foi obtido naquela guerra. Os acordos de paz que foram impostos aos vencidos são monumentos da mais desenfreada imbecilidade. Pode-se afirmar que o principal resultado da Primeira Guerra Mundial foi a Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra foi, aparentemente, mais racional. O homem que a detonou, praticamente sozinho, Adolf Hitler, sabia exatamente o que queria. Os países adversários entraram na guerra pois não tinham alternativa se não quisessem ser invadidos por um ditador monstruoso. A maioria dos generais, dos dois lados, era muito mais inteligente do que seus antecessores.
E apesar disso também foi uma guerra estúpida.
Hitler era, basicamente, uma pessoa primitiva que vivia no passado e não entendia o Zeitgeist, o espírito de seu tempo. Queria converter a Alemanha na maior potência mundial - objetivo que estava muito além de suas capacidades. Queria conquistar grandes partes da Europa Oriental e esvaziá-las de seus habitantes, para lá instalar alemães. Tratava-se de um conceito de poder irremediavelmente obsoleto. Como todas as ideias de implantar colônias como instrumento