colonos; a Grã-Bretanha foi empurrada para as margens do Oriente Médio; e ficou provado que o "perigo" da União Árabe era apenas um espantalho. O preço: toda uma geração árabe convenceu-se de que Israel era o aliado dos mais sórdidos regimes colonialistas e as chances de paz foram adiadas por muitos anos.

O objetivo inicial da guerra de 1967 foi romper o bloqueio a Israel. Mas, durante os combates, a guerra de defesa converteu-se em uma guerra de conquista, que levou Israel a uma vertigem de embriaguez, da qual não se recuperou até hoje. Desde então vivemos aprisionados em um ciclo de ocupação, resistência, assentamentos e guerra permanente.

Um dos resultados diretos da guerra de 1967 foi a guerra de 1973, que por sua vez destruiu o mito da invencibilidade de nosso Exército. Porém, independentemente do nosso governo, a guerra teve um resultado positivo: três personalidades raras - Anwar Sadat, Menachem Begin e Jimmy Carter - conseguiram traduzir o orgulho egípcio, por ter conseguido cruzar o Canal de Suez, em um acordo de paz. Mas a mesma paz poderia ter sido obtida um ano antes, sem guerra e sem milhares de mortos, se Golda Meir não tivesse rejeitado arrogantemente a proposta de Sadat.

A Primeira Guerra do Líbano foi, talvez, a mais estúpida das guerras de Israel, um coquetel de arrogância, ignorância e absoluta incapacidade para entender o adversário. Ariel Sharon pretendia como disse a mim, antes da guerra - (a) destruir a Organização de Libertação da Palestina, OLP; (b) levar os refugiados palestinos a fugir do Líbano para a Jordânia; (c) expulsar os sírios do Líbano; e (d) converter o Líbano em um protetorado israelense. O que obteve foi: (a) Arafat foi para Túnis e depois, como resultado da Primeira Intifada, voltou triunfalmente para a Palestina; (b) os refugiados palestinos permaneceram no Líbano, apesar do massacre de Sabra e Shatila, planejado para criar pânico e levá-los a fugir; (c) os sírios permaneceram no Líbano por mais 20 anos; e (d) os xiitas, que eram

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