No mês que vem, Israel celebrará seu aniversário de 60 anos. O governo está trabalhando febrilmente para converter esse dia em uma ocasião de alegria e júbilo. Enquanto problemas sérios clamam por fundos, cerca de 40 milhões de dólares estão sendo investidos nesse evento.
Mas a nação não tem ânimo para celebrações. O estado de espírito é sombrio.
Muitos atribuem a culpa por essa melancolia ao governo. O refrão é "eles não têm agenda", "só se preocupam com a própria sobrevivência". (A palavra "agenda", pronunciada como em inglês, está na moda nos círculos políticos israelenses e já desbancou um termo hebraico que é perfeitamente adequado.)
É difícil não culpar o governo. Ehud Olmert faz discursos sem parar, pelo menos um discurso por dia, hoje numa convenção de industriais, amanhã num jardim de infância, dizendo absolutamente nada. Não há agenda nacional, nem agenda econômica, nem agenda social, nem agenda cultural. Nada.
Quando chegou ao poder Olmert apresentou algo que soava como uma agenda: "Hitkansut", uma palavra intraduzível que significa, aproximadamente, "contrair", "convergir", "reunir". Supostamente seria uma operação histórica: Israel cederia uma grande parte dos ter-