ritórios ocupados, desmontaria os assentamentos ao leste do Muro de Separação e anexaria os assentamentos entre a Linha Verde e o Muro.
Hoje, dois anos e uma guerra depois, nada restou do plano e até a palavra foi esquecida. Agora só se fala de "negociações" com a Autoridade Palestina, uma farsa desde o início. Como atores no palco, bebendo de copos vazios, todas as partes fingem que há negociações em andamento. Eles se reúnem, se abraçam, sorriem, posam para fotos, estabelecem equipes conjuntas, dão entrevistas coletivas, fazem declarações - e nada, absolutamente nada, realmente acontece.
Para que essa farsa? Cada um dos participantes tem suas próprias razões: Olmert precisa de uma agenda para preencher o vácuo. George W. Bush, pato manco, que nada deixará além de ruínas em todos os setores, quer mostrar pelo menos um feito, por fictício que seja. O pobre Mahmoud Abbas, cuja sobrevivência depende de sua capacidade de mostrar a seu povo algum avanço político, se agarra às próprias ilusões com toda a energia que lhe resta. E assim a farsa continua.
Mas aqueles que acreditam que o governo não tem agenda e que o Estado de Israel não tem agenda estão bastante equivocados. Existe certamente uma agenda, mas está encoberta. Mais precisamente: a agenda é inconsciente.
Alguns dizem que a ideologia morreu. Esse também é um erro. Não há sociedade sem ideologia e não há ser humano sem ideologia. Quando não há uma ideologia nova, a ideologia velha continua operante. Quando não há uma ideologia consciente, existe uma ideologia inconsciente, que pode ser muito mais potente - e muito mais perigosa.
Por quê? Uma ideologia consciente pode ser analisada, criticada, negada. É muito mais difícil lutar contra uma ideologia inconsciente, que conduz a agenda sem aparecer. Por isso é tão importante localizar, expor e analisar a ideologia inconsciente.
Se for indagado, Olmert negará energicamente não possuir uma agenda. Tem uma agenda perfeita: fazer a paz (atualmente chamada de "status permanente"). E não uma paz qualquer, mas uma paz