baseada em "dois Estados para dois povos". Sem essa paz, Olmert declarou que "o Estado está acabado".

Nesse caso, por que não há negociação, mas apenas uma farsa? Por que a construção em massa continua, mesmo nos assentamentos a leste do Muro, bem nas áreas que os porta-vozes do governo propõem para o Estado palestino? Por que o governo executa dezenas de ações militares e civis, diariamente, que afastam a paz cada vez mais?

Segundo o próprio governo, e ao contrário do que dizia no início da gestão, não existe uma intenção de alcançar a paz em 2008. No máximo, talvez, um "acordo de prateleira". Trata-se de uma invenção israelense, que significa um acordo que seria colocado na prateleira "até que as condições amadureçam". Em outras palavras, negociações sem sentido, para obter um acordo sem sentido. E agora dizem que nem isso será possível, nem em 2008 nem em um futuro previsível.

Não há como fugir da conclusão inevitável: o governo de Israel não está trabalhando pela paz. Não quer a paz. Também não existe uma oposição parlamentar eficaz que pressione pela paz ou qualquer pressão por parte da mídia.

O que isso significa? Que não temos agenda? Não, isso significa que, por trás da agenda fictícia que aparece na mídia, há outra agenda oculta, que não se vê.

A agenda oculta se opõe à paz. Por quê?

Costuma-se dizer que o governo de Israel não busca a paz porque teme os colonos e seus simpatizantes. A paz de que se fala - a paz de dois Estados para dois povos - exige o desmantelamento de dezenas de assentamentos, inclusive aqueles que abrigam a liderança política e ideológica de todo o movimento de colonização. Isso significaria uma declaração de guerra a todos os 250 mil colonos, exceto aqueles que se retirariam voluntariamente, em troca de uma indenização generosa. O argumento atual é que o governo é fraco demais para uma confrontação como essa.

Segundo a formulação que está na moda, "os dois governos, tanto o israelense como o palestino, são fracos demais para fazer a paz.

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