Amanhã será o aniversário de 32 anos do "Dia da Terra" - um dos eventos que definem a história de Israel.
Lembro-me bem daquele dia. Eu estava no aeroporto Ben-Gurion, a caminho de um encontro secreto em Londres com Said Hamami, emissário de Yasser Arafat, quando alguém me disse: "Mataram muitos manifestantes árabes!"
Não foi completamente inesperado. Poucos dias antes, nós membros do recém-formado Conselho Israelense para a Paz entre Israelenses e Palestinos - havíamos entregado ao primeiro-ministro, Itzhak Rabin, um memorando urgente no qual o preveníamos de que a intenção do governo, de expropriar enormes áreas das aldeias árabes, provocaria uma explosão. Acrescentamos uma proposta de solução alternativa, elaborada por Lova Eliav, especialista veterano no assunto.
Quando voltei da Europa, o poeta Yevi propôs a realização de um gesto simbólico de luto pelos mortos. Três de nós - o próprio Yevi, o pintor Dan Kedar e eu - pusemos coroas de flores nos túmulos das vítimas, o que gerou uma onda de ódio contra nós. Senti que algo de muito significativo acontecera, que a relação entre judeus e árabes neste Estado mudara profundamente.